É a Educação para o Desenvolvimento avaliável ou não?

Assumindo a definição aprovada no Fórum DARE (2004), da Development Awareness Raising and Education Forum (DARE Forum) da CONCORD, a Educação para o Desenvolvimento (ED) é concebida como “um processo ativo de aprendizagem, baseado em valores de solidariedade, inclusão, equidade e cooperação”. Esta definição, determinada por consenso europeu, não é, no entanto, impositiva, uma vez que cada Estado pode trabalhar a sua própria definição do conceito de ED. Esta discrepância parece trazer algumas dúvidas no que diz respeito, não só à implementação de projetos de ED, mas ainda à sua própria avaliação. A questão da avaliação é, efetivamente, importante neste sentido de reflexão da ED: É a Educação para o Desenvolvimento avaliável ou não? Como medir o seu impacto?

Importa, para esta análise, ter em conta dois aspetos relacionados com a avaliação de ED e com os próprios desafios que a ED vive: os objetivos da avaliação e o impacto social da ED. Se por um lado os objetivos da avaliação devem ser determinados considerando diferentes agendas, pressupostos e possíveis utilizações da avaliação, nomeadamente no que diz respeito à sua estabilidade e sustentabilidade, por outro, o impacto social da ED deve igualmente considerar instrumentos e recursos alternativos para medir mais fidedignamente a dimensão humana, inevitavelmente mais complexa, mas sempre presente nos trabalhos de ED.

Estas questões fazem parte de uma reflexão de Joana Pais Zózimo, doutoranda em Avaliação, no Departamento de Investigação de Educação, da Universidade de Lancaster. A sua reflexão convida a um debate coletivo mais aprofundado, de forma a pensar na melhoria qualitativa e na avaliação do impacto de projetos de Educação para o Desenvolvimento.