Dia Internacional da Mulher

A ONU, em parceria com o Conselho Económico e Social (ECOSOC), foi pioneira no trabalho para a igualdade de géneros, nomeadamente ao nível político, ao assegurar a neutralidade de género no projeto da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). É, contudo, na década de 70 que o movimento feminista internacional começa a ganhar força e, por isso, a Assembleia Geral da ONU declarou o ano de 1975 como o Ano Internacional das Mulheres e organizou a primeira Conferência Mundial sobre as Mulheres, na Cidade do México. Servindo de inspiração, os anos de 1976 a 1985 foram declarados a Década da Mulher. No final da década de 70, a Assembleia Geral adotou aquela que é conhecida como a Carta Internacional dos Direitos da Mulher, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Já em 1980, realizou-se em Copenhaga, na Dinamarca, uma segunda Conferência Mundial sobre a Mulher, onde se discutiram medidas de proteção ao papel e estatuto da mulher nos mais variados contextos e níveis sociais. Esta década marcou efetivamente a luta pela igualdade de géneros, sendo descrita informalmente como “o nascimento do feminismo global”, uma vez que em 1985 se realizou a “Conferência Mundial para a Revisão e Avaliação das Realizações da Década das Nações Unidas para a Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz” foi realizada em Nairóbi (Quénia), que juntou mais de 15 mil representantes de ONGs. Este evento assinalou ainda a transformação do Fundo Voluntário para a Década da Mulher no Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM, atualmente designado ONU Mulher). A partir desta altura, nomeadamente com a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, em Pequim (China) em 1995, e a adoção da Resolução 1325, em 2000, pelo Conselho de Segurança, o trabalho nesta área começa a ganhar mais forma no contexto legal e ao nível da tomada de decisão.

Dez anos depois, em 2010, Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, criou um órgão único dentro da organização para trabalhar a questão da igualdade de género e a autonomia e representação social da mulher – ONU Mulheres. Convidou ainda a sueca Margot Wallström para assumir o cargo de Representante Especial para Violência Sexual em Conflito e a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, para Subsecretária-Geral para a ONU Mulheres.

Este ano, alguns músicos juntaram-se para criar uma música alusiva ao Dia Internacional da Mulher, pelos seus direitos e igualdade de género. “One Woman”, escrita pela ONU Mulheres, é ainda um apelo para o fim da violência e discriminação contra as mulheres.