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Relatório da UNICEF sobre o bem-estar das crianças nos países desenvolvidos

 
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O Relatório “Child well-being in rich countries – A comparative overview”, da série Report Card, foi publicado pela UNICEF, que tem como missão a ajuda às crianças na sua sobrevivência e desenvolvimento. Esta coleção compara os resultados alcançados nos vinte e nove países mais desenvolvidos do mundo a partir das políticas e medidas assumidas para garantir o bem-estar das crianças ao longo da primeira década do século XXI. Esta comparação internacional revela que a pobreza infantil é também uma realidade destes países. Contudo, é visível uma preocupação maior na proteção das crianças mais vulneráveis que garanta a sua segurança e desenvolvimento. Os Países Baixos e quatro países nórdicos - Finlândia, Islândia, Suécia e Noruega – são aqueles que mais investem e preservam o bem-estar das crianças. Por outro lado, países como Portugal, Espanha, Grécia e Itália aparecem na metade inferior das tabelas apresentadas no relatório.

Gordon Alexander, diretor do Gabinete de Estudos da UNICEF, declarou a este propósito que «tanto em tempo de crise económica, como o que vivemos atualmente, como em períodos mais favoráveis em termos financeiros, a UNICEF apela aos governos e parceiros sociais para que coloquem as crianças e os jovens no centro dos seus processos de decisão. (…) Cada vez que consideram ou adotam uma nova medida política, os governos devem analisar as suas consequências concretas para as crianças, para as famílias com filhos, os adolescentes e os jovens. Estes grupos não participam nos processos políticos e a sua voz raramente é escutada».

O bem-estar das crianças nestes países é medido e analisado a partir de cinco dimensões: bem-estar material, saúde e segurança, educação, comportamentos e riscos e habitação e meio ambiente. Efetivamente, segundo este estudo, não parece existir uma relação direta entre o PIB per capita e o bem-estar geral das crianças, como mostram os exemplos: Portugal está melhor classificado do que os Estados Unidos da América; a República Checa está melhor do que a Áustria; A Eslovénia aparece acima do Canadá.

Importa ainda destacar o facto de se notar uma melhoria geral e constante dos indicadores de análise deste estudo, nomeadamente no que diz respeito à mortalidade infantil, ao poder de compra das famílias e à retenção das crianças no sistema educativo formal. A análise considera ainda a perceção das crianças face às dimensões antes apresentadas, uma vez que, de acordo com o diretor do Gabinete de Estudos da UNICEF, «precisamos de conhecer melhor o modo como as crianças percecionam e avaliam as suas vidas, devemos perceber o que é importante para elas e fazê-lo de forma mais sistemática. (…) A voz das crianças, mesmo das mais pequenas, é fundamental. Neste relatório, as crianças e adolescentes reiteram as suas mensagens incluídas em relatórios anteriores sobre o bem-estar da infância: os governos devem orientar as suas políticas de maneira a proteger o futuro a longo prazo das suas crianças e das suas economias. Hoje, mais do que nunca, esta é uma questão premente».

 Atualizado em 16.04.2013